Páginas

Pesquisar este blog

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Cada um sabe a dor de ser o que é.


Sabe quando você está triste, está, por exemplo, sofrendo por amor, ou se sentindo só, ou achando seu corpo feio, ou não conseguindo controlar seus sentimentos e de repente entrando numa depressão, e daí você resolve conversar com um (a) amigo (a), desabafar, se abrir e seu (a) amigo (a) te responde com um hipócrita e sonoro "Ah, mas você tem saúde, você tem onde morar. Tem gente morrendo de câncer no hospital. Tem gente morrendo de fome na África. Tem gente cortando a pele na Patagônia."
Aaaaahhhhh... Que saco!

Se você é o (a) amigo (a) da história, APENAS PARE! Please!



Óbvio que há pessoas na África morrendo de fome, é claro que há pessoas lutando contra uma doença terminal num hospital, ou pela vida na faixa de Gaza. Também é sabido que há famílias que perderam entes queridos em catástrofes, aliás, há catástrofes, há epidemias, há pobreza, há sem tetos, há violência, etc etc etc... E nada disso é insignificante. Eu sinto, você sente, nós sentimos por todos eles e sentiríamos muito mais se fosse conosco. É doloroso demais, é incompreensível e quase inaceitável, por exemplo, ver uma criança com uma doença terminal ou violentada.
Há problemas que envolvem as vítimas e nos envolvem também e devemos lutar o quanto pudermos contra isso, como; a violência doméstica, violência contra mulheres, contra homossexuais, a violência contra todos de forma geral, o racismo, o machismo, os preconceitos e suas consequências.

É lamentável, dói demais tudo isso. Mas, vamos com calma queridos (as)!
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", já dizia Caetano.
Não é porque o todo derrete-se em problemas, que não devemos observar o indivíduo. Afinal de contas, o todo é feito de indivíduos.

Não é porque há alguém sofrendo num hospital que eu não posso sentir dor, e além disso querer que alguém se sensibilize com minha dor e me ajude a superá-la.
Quando um (a) amigo (a) vier contar sobre seu sofrimento (seja ele o cachorro doente ou uma enchente devastadora) pense antes de responder. Sei que não é fácil para todos ser empático, (aliás, eu mesmo sou um desastre em ser altruísta, tenho trabalhado nisso confesso) mas não custa tentar. Respire e pense, tente averiguar a situação e entender o contexto para então dar sua opinião a pessoa que pediu (SE ELA PEDIU, NÃO SE META SE NÃO FOI CHAMADO (A)).
Ou se não sabe o que falar, seja sincero! SIMPLES:




Não temos como medir a dor que alguém está sentindo. Nem mesmo a pessoa é capaz de descrever. Então, devemos respeitar. Há dores e dores. Há dores no corpo, na mente, na alma e cada uma tem sua intensidade dependendo do contexto e de quem a sente. Ou seja, o fato de eu lembrar que há crianças doentes não faz com que a depressão de alguém diminua, entende? Para algumas pessoas, pensar nisso pode até piorá-la.
Além do que há momentos distintos para cada pessoa. Ou seja, hoje passo por problemas que "tiro de letra", mas, se fosse há dois anos atrás eu estaria em prantos. Há problemas que para mim podem parecer um elefante gigante sobre meu peito, mas o mesmo problema para outro pode não fazer diferença alguma.
Os problemas podem até serem "os mesmos", mas a alma que o comporta é diferente. Nem todo mundo tem a mesma força, a mesma compreensão das coisas, a mesma criação, o mesmo contexto e base familiar, a mesma renda, o mesmo convívio social, a mesma família... você me entende agora?
É isso.

Respeite o problema do outro. Respeite! APENAS.

E se você se identificou com o texto, está passando por uma fase muito difícil, saiba que "TamoJuntx". Você não é o pior dos seres humanos, você não é simplesmente incapaz porque nasceu incapaz e nada vai mudar. Você é linda, você é lindo, você não está só.
Pense se você teria coragem de dizer tudo que você diz a si mesmo  para o seu filho, sua filha, ou para você no passado. Você o chamaria de incapaz? Você o diria as mesmas coisas terríveis que diz a si mesmo hoje em dia? Repense!

Procure afago em você mesma (o), procure amigos, se você acredita em Deus, o procure também.



Força!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Estupro - O problema está na cabeça, de cima.

Oi gente,

Vamos falar sobre Castração Química para estupradores?

Bem, vamos lá.

O que é a Castração Química afinal de contas?

É uma forma TEMPORÁRIA de castração ocasionada por medicamentos hormonais que reduzem a libido, que bloqueiam o hormônio testosterona e contribui para que seja reduzido o apetite sexual.

Agora o que é Estupro?

Art.213 da Constituição diz: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

A definição de Estupro, na lei, é prática e objetiva. Acho até que por uma questão de redação mesmo. Mas, agora olhemos a mesma definição e partamos para uma compreensão e interpretação mais aprofundada.

Percebem que o estupro não se trata de apenas sexo à força? Ou de penetração? Percebem que o estupro está ligado a violência? Ao ato de ameaça? Ao descontrole? A personalidade? A crueldade? A mente?

Onde você quer chegar com isso Cris?

Ao exato ponto de que Castração Química NÃO É SOLUÇÃO.

Não é uma questão de simplesmente diminuir a libido. O homem que estupra tem nele incutida a maldade de fazer mal ao mais fraco. Ele tem um problema e não está no pênis.

A Castração só o deixará ainda mais alterado. Não há necessidade apenas do pênis para que um estupro seja cometido, (volte a definição no artigo 213, para conferir). O estuprador continuará violentando (com o que tiver ao seu alcance, sejam objetos, sejam palavras... até que se cometa o homicídio), pois a questão não se trata só de tesão sexual, se trata de um "tesão em estuprar, em torturar e ver o outro sentir dor enquanto ele sente prazer". Se trata de um descontrole. De um problema mental, emocional e estrutural (e social).

Agora, sabe o que piora a situação?
A proteção velada ao estuprador. 

Quando você alimenta a Cultura do Estupro, por exemplo. Aliás...

Vamos falar de Cultura do Estupro?

A Cultura do Estupro é uma construção que envolve crenças e normas de comportamento, estabelecidas a partir de valores específicos, que acabam banalizando, legitimando e tolerando a violência sexual contra a mulher (ou contra homossexuais, crianças...).
A Cultura do Estupro é a culpabilização da vítima, a sexualização da mulher como objeto e a banalização da violência contra a mulher.

Quando você, amiga e amigo, tenta arranjar todos os motivos e argumentos possíveis para culpar a vítima no caso de estupro, você está praticando a Cultura do Estupro.
Você homem, quando faz comentários a uma (ou sobre uma) mulher de forma que a objetifique, está praticando a Cultura do Estupro.
Vocês que acham que a luta das mulheres é insensata, é balela, que são todas se vitimando, estão cometendo a Cultura do Estupro.
Você que "come aquela mulher bonita na rua com os olhos" (quando não solta cantadinhas), mas, não permite que sua esposa, namorada e amiga use a roupa que ela bem entender, que não permite que ela se vista como "puta" (puta, igual aquela menina que você secou e desejou enquanto atravessava a faixa de pedestre), você é um baita de um machista cometendo a Cultura do Estupro.

Enfim, para fazer algo diferente que tal ensinar seu filho a não tocar em nenhuma mulher sem a permissão dela, ao invés de só ensinar a menina o modo como ela deve se vestir.
Não ensine seu filho a ser "o pegador", ensine-o a ser o "respeitador". Já será um grande passo.

Você, quando for fazer piadas machistas, interromper uma mulher enquanto ela tenta falar, gritar ou levantar a mão para ela, ou simplesmente desmerecer o que elas estão falando e fazendo com um IRRITANTE "a pia deve estar cheia de louça", PARA E PENSA. Aliás, PARA. Pelo amor de Deus, não continue reproduzindo o machismo.

Sabe aquela frase "a ocasião faz o ladrão"?
Pois é, o machismo é a ocasião do estuprador.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Para entender um pouco mais sobre política

Não podemos ignorar as últimas notícias sobre a política brasileiro que rodam por nossas redes sociais, é muita informação sendo jogada em nossas cabeças, e é preciso um pouco de noção de política para entender o que está acontecendo. Sinceramente isso não é fácil, já que dentro de nossas salas de aula esse assunto não é algo muito tratado.
Meu objetivo nesse post não é convencer ninguém sobre nada, até porque acredito que todos devam ter suas opiniões, mas “Por que sim! Não é resposta” como já dizia o querido personagem do Castelo Rá-Tim-Bum, é necessário informação para formar opinião e defender alguma causa.
Então antes de escolher um lado, ou não escolher nenhum, acho interessante compreendermos o que é política. Poderia indicar aqui várias pessoas que conseguem de forma simples explicar esse assunto, mas acho que ninguém melhor que Mário Sérgio Cortella para fazer isso. (Lembram dele nesse post aqui?)


O livro Política: para não ser idiota em parceria dele com Renato Janine Ribeiro é um ótimo começo pra entender. (Pra quem quer ler já, é só clicar no nome do livro que aparece ele em PDF). 
Quem tiver interesse, uma boa leitura! :D

Compartilhe nas Redes Sociais