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segunda-feira, 6 de abril de 2015

A liberdade de ser você

  As pandas desse sofá estão muito filosóficas hoje, refletindo sobre a alteridade, autoimagem, sobre a sociedade e suas cobranças e expectativas.
  Não conheço uma mulher que esteja totalmente satisfeita com sua imagem 100% do tempo, seja em busca de perder alguns quilos, mudar a cor do cabelo ou o corte. Buscar mudanças, fazer algo diferente, nem sempre significa insatisfação com o que se têm, as vezes é um desejo de mudar alguma coisa no dia-a-dia (nem que seja o penteado).
  O problema maior está quando esse desejo vem de outra pessoa, principalmente quando esta acredita que não existe nada de mais em dar sua opinião. A questão é, tem problema sim! 
  Toda padronização, seja de imagem ou de personalidade, é algo horrendo. Atualmente, e devemos agradecer as redes sociais pela grande difusão, existem diversos grupos que lutam para defender suas identidades, suas características, suas opiniões. Quantas pessoas já foram questionadas por suas roupas, acessórios ou seus cabelos? Se não tá na moda, não é bonito.


Alisar o cabelo tem que ser por vontade, não por pressão da sociedade.
  Apesar de diversas discussões que acontecem por aí, ainda existe um padrão que nos assombra. O cabelo tem q ser liso, o corpo tem que ser magro, sem marcas na pele, cicatrizes nem pensar, a roupa, só o que a moda ditar. As idiossincrasias são aceitas da boca pra fora, mas anos de padrão imposto marcam na mente, e mesmo sem pensar muitas pessoas ainda buscam, em si e nos outros, essa ideal de beleza e comportamento.
  Eu já passei por diversas situações por causa dos meus gostos. Tenho tatuagens e piercings, meu estilo não é igual ao das passarelas, gosto de mudar a cor do cabelo quando tenho vontade, mas foi uma característica física que me colocou em uma cena desconfortável. Não sou fã de maquiagem (nunca fui e nunca serei, prezo pela praticidade e pela minha cara limpa XD) e sem ela minhas sardas são mais do que evidentes, um dia ao entrar em uma loja de cosméticos a vendedora muito solicita veio me oferecer alguns dos seus produtos revolucionários, e o primeiro foi um creme pra acabar com as sardas automaticamente respondi, com uma expressão perplexa no rosto, que aquele produto não me interessava pois eu não tinha nada contra as minhas sardas, pra falar a verdade eu gostava muito delas, a vendedora ficou muito constrangida com a situação, me pediu desculpas e passou a mostrar produtos que não estavam relacionados a imagem.

Até pensei em postar uma foto minha, mas odeio selfies, mal ae! 

Já passei também por questionamentos referentes a minha crença religiosa, meus relacionamentos amorosos e minha personalidade. Tem sempre alguma boa alma que quer oferecer ajuda, para que eu encontre o "verdadeiro caminho", mas normalmente para chegar a esse caminho eu teria simplesmente que virar outra pessoa. É incomodo ter que defender quem você é, mas o pior é saber que ser você não é aceitável, que o seu modo de agir e pensar é errado pelos olhos daqueles que você ama. Quantas famílias estão por aí querendo convencer os seus filhos que eles podem mudar, que ainda há tempo para ser outra pessoa. 
  Mudar faz parte da nossa realidade, nossas experiências nos moldam, segundo Heráclito: 
"Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou."
  Mas nem sempre nos tornamos aquilo que esperam de nós, nossas experiências podem nos levar em direções opostas. Tudo que queremos é compreensão. É não precisar explicar nossas escolhas, marcas e sentimentos simplesmente porque elas não seguem um padrão imposto pela sociedade. Ser diferente não é errado.


 


  

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