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quarta-feira, 1 de abril de 2015

a vergonha alheia

 É de longa data que nosso querido povo tupiniquim tem uma tolerância a essa modalidade do interagir. A vergonha alheia, tão velha quanto qualquer outras das vergonhas (Até daquelas vergonhas que o Caminha não retratou fielmente em sua primeira carta à Portugal na fatídica expedição) emerge em nossa cultura tão multifacetada quanto qualquer outra reação social mais abundante.

Vejamos a vergonha alheia com bons olhos, com bons tratos, com o movimento de mão certo na testa e o pensamento distante daquilo que possa afligir o vizinho - tão incauto de seu delito maior com os padrões estabelecidos com a sociedade.

Não se apoquente, não se sinta sozinho nessa breve jornada de pura aflição compartilhada, às vezes é necessário haver um /facepalm nas nossas vidas para padrões serem revistos (Vide manifestação do dia 15/03/2015). Conhecer os sintomas também nos dá pista de como combater a moléstia, não é? Então vamos lá!

A vergonha alheia pode ser classificada em pequenos estágios de consumação de delito (do menor para o maior) contra o status quo de uma certa situação.

A vergonha alheia transitória: aquela que você sabe que de tempos em tempos irá assolar alguma parte de sua vida, mas que irá embora sem se despedir. Aquela praticada por pessoa que não é de seu conhecimento ou convívio, em alguma situação cotidiana, por razão diversa, sem motivo algum. Exemplo? Mostrar o cofrinho sem querer em público é um. 

    Da onde veio o termo cofrinho...?

    • Contornável? Sim. 
    • Danoso? Talvez. Depende do cofrinho de quem e os olhos de quem está olhando.
    • Prejudicial? Remotamente.
    Calma que tem mais desesperadores tipos de vergonha alheia...




    A vergonha alheia altruísta é denominada para grandes personagens de nossa História Contemporânea, muitos com renome, outros com fama bastante fragilizada. As opiniões desencadeadoras desse tipo de vergonha alheia se deflagram em redes sociais e sempre mascarado por um discurso de ódio, rancor, mágoazinha, mimimimi ou tudo isso junto. Infelizmente está virando muito comum esses dias, é pouco facepalm para muita vergonha alheia.


    Status em rede social de celebridade ou pessoa de alto cargo/escalão na sociedade:

    Literalmente a nata da sociedade televisiva reunida.

    • Contornável? Possivelmente não.
    • Danoso? Constante. Se for um famoso tendo pity por pessoa física, tudo bem. Se for contra outro famoso, dá treta.
    • Prejudicial? Yep, acaba viral em menos de 15 minutos.
     A vergonha alheia movida a etanol é determinada APÓS o delito ter sido consumado (horas depois se deixar). Esse é um dos mais comuns em nossa sociedade, porre homérico com direito a todos os vexames catalogados no caderninho para se lembrar no dia seguinte por não ter sofrido coma alcoólico? Sim, sim, esse mesmo. E não adianta negar, alguém VAI lembrar e provavelmente será você a ter que dar os detalhes do momento vergonhoso.

    Isso aí Cris, sua linda!
    • Contornável? Possivelmente não. Alguém vai lembrar disso por muito tempo.
    • Danoso? Mazomeno. Depende da intimidade com a pessoa envolvida no delito.
    • Prejudicial? Assim como acima, depende da gravidade do(s) vexame(s) praticados.

    A vergonha alheia familiar é aquela que ocorre em datas específicas do ano - coincide com feriados religiosos, primeiros encontros entre familiares e amiguinh@s, namorad@s e agregados - e com uma torrent de informação que pode ser avassaladora. Detalhes esdrúxulos de histórias escabrosas, muita zoeira e certamente um apanhado de álbum de fotos para humilhar a pessoa em questão, a vergonha alheia familiar é praticada como ritual de passagem para algumas famílias: se sentiu vergonha alheia d@ pobre coitad@ e resistir bravamente a prova de fogo, está mais que bem-vindo. Se não, vai pegar o pior pedaço do bolo da vovó.



    • Contornável? Não, não tem escapatória.
    • Danoso? Sim, há coisas que deveriam ficar em segredo na família e não fora dela.
    • Prejudicial? Pode apostar que sim. Cada história escabrosa que a titia pode contar...
    A vergonha alheia auto-aflingida é aquela que a pessoa que pratica é a mesma pessoa que sente a vergonha alheia. Pode ser naqueles momentos de grandes decisões na vida e acabar sendo interrompido por algo caótico e extremamente imprevisível...

    Capitão Jack Sparrow sabe bem disso...
    • Contornável? Talvez sim, talvez não.
    • Danoso? Apenas se você remoer a mancada para si mesmo.
    • Prejudicial? Nem tanto assim. A vida é bela, temos que rir um bocado sozinhos.

    Se houver mais exemplos de vergonha alheia aí, por favor avisem aqui nos comentários para que possamos passar uma vergonha junt@s e reescrever esse artigo que já está me fazendo dar facepalm a cada 2 minutos...

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